Enquanto para uns a discusão centra-se em determinar se tratou-se de um cometa o um asteróide de pequeno tamanho que explodiu na sua entrada à atmosfera, não faltam versõs mais excêntricas como a passagem de um micro buraco negro ou a explosão de uma nave alienígena. O tema chegou à TV da mão dos Arquivos X, que em sua primeira temporada relacionava o evento a uma invasão de ETs. Nos últimos anos a literatura científica apresenta uma teoría completamente diferente, a explosão seria o produto da erupção de gases telúricos, se trataria assim de um fenômeno do tipo vulcânico. A correta descrição do que aconteceu na Tunguska em 1908 é determinante para prever corretamente as probabilidades de uma nova colisión con um NEO de porte médio.

Provavelmente o maior obstáculo para consegui-lo é a falta de diagnósticos confiavéis e o passo do tempo só agrava a situação. O evento aconteceu em uma região muito isolada do mundo, coberta de neve durante grande parte do ano, as chuvas do verão convertem as planícies em pântanos cheios de mosquitos. O momento histórico também não ajudou. Em 1908 o Czar Nicolás II tinha outras preocupações maiores do que dar importância à queda de um objeto no centro de seu império. Um comerciante chamado Suzdalev chegou em 1910 e depois de percorrer a zona pediu aos habitantes de guardar silêncio. Os problemas políticos da Rússia czarista, a Primeira Guerra Mundial, a revolução bolchevique, fizeram que as investigações se retrasaram indefinidamente. Só em 1927, quase 20 anos depois, se armou a primeira expedição científica liderada por Leonid Kulik, quem, além de buscar restos do supusto meteorito, colheu as testemunhas dos que presenciaram os fatos.
A importância que tem o evento Tunguska, o fato de estar fazendo agora 100 anos, são méritos suficientes para que lhe dediquemos um espâcio maior neste blog. Por esse motivo usaremos várias entradas para contar os detalhes, incluindo as testemunhas, e revendo as diferentes teorias.
Tunguska é um marco na história da Humanidade e como tal será considerado aqui.
* No calendário juliano, em uso ainda na monarquia russa, era o dia 17 de junho.
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