terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Evitando colisões

Na entrada anterior comentamos que é muito perigoso destruir um asteróide para evitar que colisione com a Terra porque os milhares de pedaços continuarão sua trajetória quase inalterada. Se o asteróide é grande, alguns pedaços serão também de tamanho considerável e o perigo não terá sido eliminado. A solução passa por desviar sua órbita. No entanto isto não é simples toda vez que a energia de um asteróide é muito grande e portanto precissaria-se de uma energia muito grande para realizar a deflecção.

Mas pode se aplicar uma pequena pressão sobre o objeto durante um tempo suficientemente prolongado, vários anos, para conseguir o efeito desejado. Essa é a proposta da gente da Fundação B612 da que falamos em uma entrada anterior. A ideia é simples: um pequeno rebocador aplicaria uma força de só 250 gramas durante uns 10 anos. O pequeno empurrão seria suficiente para que a órbita se alterasse de 6700 km, ou seja, o raio da Terra. Desta forma a colisão seria evitada. Resulta interessante ve-lo desde um ponto de vista temporal: a órbita do asteróide deve ser alterada de forma tal a lhe produczir um adiantamento (ou atrasso, segum seja mais conveniente) de apenas 215 segundos, que é o tempo da Terra se deslocar os 6700 km de seu raio. Por outro lado podemos nos perguntar por que uma pressão tão pequena? Os membros de B612 temem que uma força maior possa desarmar a frágil estrutura do asteróide, da qual conhecemos muito poco.

Como pode-se perceber é necessário antecipar em 10 anos pelo menos o asteróide destrutor. Mas isso é justamente o que programas do tipo spaceguard estão fazendo. É necessário também construir um rebocador espacial capaz de exercer a pequena força durante um tempo muito prolongado. Algúm tipo de motor de plasma ou iónico deveria ser usado. Esse tipo de motores não serve para partir do solo terrestre, onde é necessário o contrário: um forte impulso em tempo breve que é fornecido por motores químicos. Motores iónicos já foram provados com sucesso (na nave Deep Space I, por exemplo), embora ainda não chegam na duração necessária para desviar a órbita do asteróide.

Os membros da Fundação B612 acreditam que já possuimos a teconologia para realizar a operação, embora devemos otimizar algúns equipamentos e pensar na melhor forma de realizar a manobra. E por isso buscam financiamento para a realização de um teste até 2015 que demonstre a viabilidade do projeto e além de evidenciar os seus problemas. Precisam de um bilhão de dólares, o que representam um 0,5% do que a NASA pretende gastar em 10 anos. De qualquer maneira o projeto terá interesse científico: acoplar uma sonda ao asteróide durante tanto tempo permitirá conhecer mais sobre o mesmo, o que significa conhecer mais sobre a matéria original que formou o Sistema Solar.

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