Nestes dias a mídia lembra com grande destaque a chegada da misão Apollo 11 à Lua. Comemoram-se 40 anos da realização de um dos sonhos mais antigos da humanidade. Um pequeno passo para um homem. Um grande salto para a humanidade segundo palavras de Neil Armstrong, comandante da missão e primeiro homem em pousar os pés no solo lunar, é a frase que resume aquela epopeia da que, de uma forma ou outra, todos nos sentimos partícipes.
Há 15 anos, quando celebrava-se os 25 anos da missão Apollo 11, aconteceu um fato astronômico de singular importância e que também chamou a atenção de todo mundo. No dia 16 de julho de 1994 o Cometa Shoemaker Levy 9, (SL9) ou melhor seus destroços, començaram a impactar na superfície de Júpiter produzindo um espetáculo de beleza única e, no meu entender, importantes consequências sociais.
Carolyn e Eugene Shoemaker descobriram junto com David Levy um cometa em 24 de março de 1993 usando um pequeno telescópio de 40 cm de diâmetro do Observatorio de Palomar na Califórnia. O cometa orbitava em torno de Júpiter e era, na verdade, um trem de fragmentos. Un ano antes tinha se aproximado tanto do planeta que as forças de maré o partiram. Os cálculos mostraram que um ano mais tarde todos os fragmentos iriam impactar sobre a superfície de Júpiter.
Fotografia do Cometa Shoemaker-Levy 9 tomada pelo Hubble Space Telescope em 17 de maio de 1994. Os 21 fragmentos distribuiam-se ao longo de mais de 1 milhão de kilómetros. |
Todos os telescópios apuntaram para Júpiter para captar cada uma das colisões. A estrela do momento foi o Telescópio Espacial Hubble, cuja ótica acabava de ser consertada; enquanto que a Internet fez sua estreia como o veículo que permitiu a distribução das imágenes rapidamente pelo mundo inteiro. Foi uma festa da astronomia que começou em 16 de julho, data da queda do fragmento A, até o 22, quando caiu o último fragmento, rotulado de W.
Fotografia em luz ultravioleta de Júpiter tomada pelo Telescópio Espacial Hubble em 21 de julho de 1994. Estão identificados os distintos impactos observados até o momento. |
* Na República Argentina, aquela semana teve um acontecimiento que consiguiu eclipsar todos os outros: um atentado a uma instituição judáica na cidade de Buenos Aires acabou com a vida de 84 pessoas em 18 de julho de 1994. O atentado a sede da AMIA, cujas repercusões se alastram até hoje, me fez viver como cronista amador, uma das semanas mais angustiantes da minha vida.
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